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E se, confirmado pelo Criador, o apaixonado escapar das garras da águia do amor, haverá de entrar no Vale do Conhecimento e sairá da dúvida
para a certeza, e volver-se-á da treva da ilusão para a luz do temor de Deus.
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Ella Bailey – uma longa vida de serviços e abnegação
Ella Bailey demonstrou tão elevado grau de desprendimento em seus sacrifícios pela Fé e pela humanidade, que 'Abdu'l-Bahá proclamou: Aquele que
ama Ella Bailey está amando a Mim. Após seu falecimento na África, Shoghi Effendi exaltou-a como mártir e como uma “valente e exemplar
pioneira.”
Nascida em 18 de dezembro de 1864, em Houston, Texas, ela teve poliomiolite aos 2 anos de idade, sofrendo a vida inteira de paralisia em uma
das pernas. Jamais deixou de sentir dores.
Sua família mudou-se para o sul da Califórnia, próxima da fronteira com o México, onde Ella aprendeu a amar a vida ao ar livre, inclusive
tornando-se uma habilidosa cavaleira.
Dedicou a vida ao ensino das crianças, sendo uma luz de guia aos seus alunos, em todos os aspectos da vida, particularmente no espiritual.
Mudou-se para Berkeley, decidindo manter-se solteira, ensinando nos níveis elementares, mas seus alunos jamais a esqueceram, conforme muitos
testemunhos décadas mais tarde.
Conheceu a Fé através de duas famosas instrutoras bahá'ís, Lua Getsinger e Helen Goodall – primeiras crentes na Califórnia que mais tarde
foram designadas ‘Discípulas de 'Abdu'l-Bahá’—declarando-se bahá'í no início do ano de 1900.
Os bahá'ís da área da Baía de São Fancisco reconheceram de imediato suas qualidades, tendo sido eleita coordenadora da Assembléia Espiritual
Local de Berkeley, servindo nessa instituição por mais de vinte anos.
Ela ensinava a Fé tanto com palavras como com atos. Residiu por muito tempo no Clube das Mulheres da cidade de Berkerley, utilizando sua
condição de sócia para promover inúmeras reuniões no Clube. Seu quarto era chamado de “clínica” para os sem conforto e aflitos, e sua
reputação de hospitalidade, generosidade, bondade e doçura no trato ficou famosa em sua comunidade e além.
Sempre evitava aparecer, preferindo que seus atos e sacrifícios permanecessem secretos. Promovia suntuosos jantares para os amigos, os quais
não sabiam que quase sempre ele se alimentava apenas de chá com torradas, e um pouco de sopa. Passava os dias visitando doentes e necessitados,
animando seus espíritos e ajudando-os como podia.
Quando 'Abdu'l-Bahá visitou a América, num encontro com Ella Cooper, Helen Goodall e Ella Baily, Ele disse: Alegra-me muito ver vocês. Quando
os corações são puros, isso me faz muito feliz. Para isso vim aqui – para que os corações possam tornar-se puros. Não busco repouso. Não ligo
para o conforto, e quando vejo corações puros nada mais interessa.
Ella Baily esta presente quando 'Abdu'l-Bahá inaugurou a pedra fundamental do Templo de Wilmette em maio de 1912. Mais tarde, quando o Mestre
visitou a Califórnia, Ella recebeu a bênção de estar com Ele em muitas oportunidades. Antes de Sua partida da Califórnia, 'Abdu'l-Bahá olhando
firme nos olhos dos amigos, pediu a eles para serem fiéis e em ensinassem, não meramente por palavras, mas com ações. Durante toda a sua vida,
Ella, de forma quieta e humilde, agiu conforme as orientações de 'Abdu'l-Bahá, dedicando-se de corpo e alma aos serviços da Causa.
Atendendo ao chamado de pioneirismo:
Depois de mais de cinqüenta anos de devoção à Fé, Ella se levantou para um último e muito sagrado posto de serviço – o pioneirismo, deixando
indelével na história da Fé um exemplo que dignifica a condição de bahá'í para qualquer seguidor de Bahá'u'lláh.
Após participar da inauguração, em 1953, do Templo Mãe do Ocidente, a Casa de Adoração de Wilmette, Illinois, com a idade de 88 anos e uma
saúde muito comprometida, ela se levantou com entusiasmo e muita alegria para atender ao chamado pioneiro do Guardião para os bahá'ís de todas
as idades – que os mais velhos deviam deixar seus lares e repousar seus ossos em postos distantes e que os jovens saíssem no pleno esplendor
de sua juventude.
Juntamente com os pioneiros Robert e Bahia Glick, que eram como que membros da família para Ella, os três partiram para Trípoli, na Líbia,
África, onde chegaram e 20 de julho de 1953. Pouco mais de um mês, em 25 de agosto, a pioneira Ella Baily falecia em seu novo posto de serviço.
Portanto, exatamente há cinqüenta anos deixava o convívio terreno esse anjo de luz e de abnegação, exemplo de vida para todos os bahá'ís, de
todas as idades e em todas as partes do mundo.
O Guardião enviou telegrama na anunciando o falecimento dessa “valente e exemplar pioneira” e que era “maravilhosa sua recompensa no Reino
de Abhá.
Ao final do ano de 1953, Shoghi Effendi enviou mensagem à Conferência Internacional de Nova Delhi, na Índia, dizendo que o “desdobramento
irresistível da Cruzada” tinha sido “santificado” pela morte da “heróica”Ella Baily. Disse ter sido ela a primeira mártir americana a ser
enterrada em solo africano, e que isso “trouxe maior lustre”sobre a comunidade bahá'í americana. Em um de seus mapas, Shoghi Effendi colocou
uma estrela dourada sobre a cidade onde Ella Baily falecera.
Mestra do sacrifício:
Bahia Glick disse que Ella lhe ensinou tudo na vida, inclusive particularmente como um bahá'í pode sacrificar-se. Depois de seu falecimento, ao
olhar seus papeis, Bahia encontrou cópia de um cheque de US$ 1,000.00 destinado ao Fundo Nacional, o que a fez lembrar da generosidade de Ella,
já que não era uma de posses.
Ella sacrificou um valor que economizara para as despesas com seu sepultamento para doar ao Fundo do Templo, dizendo que podia ser enterrada
sem despesas num cemitério reservado para os indigentes, e que também não precisava de uma lápide em seu túmulo. Após seu falecimento, o
Guardião escreveu aos bahá'ís da Líbia dizendo-lhes que ele pessoalmente desejava pagar pelo custo de um túmulo a ser construído no local onde
o seu corpo fôra enterrado.
Certamente Ella alcançou o grau de consagração como bahá'í, colocando sempre os interesses da Fé em primeiro lugar em sua vida.
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