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A Fé Bahá'í acredita que todas as grandes religiões do mundo têm origem divina. Todas foram reveladas por Deus em lugares e épocas diferentes, segundo as necessidades e capacidades de diferentes povos. Somos ondas do mesmo mar. A Comunidade Bahá'i Portuguesa está a desenvolver um documento intitulado "Quem está a escrever o Futuro?". Sem a pretensão de que apenas os Bahá'ís, seguidores do Bahá'u'lláh, abraçam esta preocupação, procuram partilhar com a comunidade em geral ideias sobre a nova etapa da história da vida humana. A XIS, tem vindo a difundir ideias das mais variadas religiões e credos que visam o crescimento da humanidade em geral e do ser interior de cada um de nós em particular. Assim, aqui fica mais uma corrente de ideias de homens e mulheres que acreditam que, à sua maneira, podem contribuir para um mundo melhor! Um caminho para a unidade As imagens de um universo mecânico e a separação entre o observador e o observado, entre mente e matéria, foram abolidas; a ciência teórica investiga a hipótese de que a finalidade e a inteligência sejam, de facto, intrínsecas à natureza e ao funcionamento do universo. Visto a um nível mais profundo, esta hipótese torna potencialmente possível, a todos os habitantes da Terra, sem discriminação de raça, cultura ou nação, uma "vida nova". Bahá'u'lláh viu, profeticamente, "esta era vibrar em todos os povos da Terra, embora ninguém ainda lhe tenha descoberto a causa ou percebido o motivo". Aquilo de que Bahá'u'lláh fala é de uma nova relação entre Deus e a Humanidade, uma relação mais em harmonia com o início da maturidade das raças. "A Terra é um só País e a Humanidade os seus Cidadãos". Temos de encontrar o elo perdido. É urgente fazer o caminho de regresso à casa comum, abraçar os nossos irmãos, cuidar do nosso planeta e cultivar os nossos sonhos! A Fé Bahá'í A Fé Bahá'í, segundo os seus seguidores, é uma religião mundial, independente, divina na sua origem, universal no seu âmbito, dotada de uma visão alargada, científica nos seus métodos, humanitária nos seus princípios e dinâmica pela influência que exerce sobre o espírito e o coração dos homens. Acredita na unicidade de Deus, reconhece a unidade dos seus profetas e inculca o princípio da unidade e integridade da raça humana. Ao contrário das religiões ancestrais, a fé Bahá'í tem uma história relativamente recente. Segundo os Bahá'ís, a palavra criativa de Deus em cada dispensação tem sido outorgada à Humanidade através dos seus profetas e mensageiros. As três figuras centrais da fé Bahá'í são: Báb (1819-1850), Bahá'u'lláh (1817-1892) e Abdu'l-Bahá (1844-1921). As escrituras da fé Bahá'í são escritas por estes três profetas. São escritos únicos, dado que, pela primeira vez, escrituras sagradas de uma religião chegam aos nossos dias escritas pelo punho e letra do seu fundador, ou assinadas por ele. A Organização da Comunidade Bahá'í Os Bahá'is organizam-se segundo os princípios da sua religião a nível internacional, nacional e local através de um processo de eleição apartidária sem nomeação ou campanhas eleitorais. Em todos os níveis da organização o processo de tomada de decisão é realizado através de consulta, na qual cada membro da instituição tem os mesmos direitos para se expressar. A Casa Universal de Justiça é o órgão máximo, composto por nove elementos, eleitos de cinco em cinco anos por todas as assembleias espirituais nacionais no mundo e está sediado em Haifa, no Centro Mundial da Fé Bahá'í. A nível nacional, existe em cada país a Assembleia Espiritual Nacional, também composta por nove membros que estimula, unifica e coordena as actividades dos Bahá'is e dirige os assuntos gerais da fé no país. A nível local o processo é idêntico. A Assembleia Espiritual Local, composta por nove membros, tem jurisdição sobre todos os assuntos locais da Comunidade Bahá'í. A Fé Bahá'í tem representação acreditada na sede central das Nações Unidas como organização não governamental (ONG) desde 1948. Tem estatuto consultivo com o Conselho Económico e Social e com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Além disso muitas assembleias espirituais nacionais estão reconhecidas oficialmente nos escritórios dos centros de informação das Nações Unidas. Os Bahá'ís, num período de 148 anos, criaram uma comunidade mundial que inclui mais de 1820 grupos étnicos diferentes em mais de 360 países e territórios. Pode dizer-se que representam um microcosmos de toda a raça humana. A literatura Bahá'í está traduzida em mais de 740 idiomas. Princípios Básicos da Fé Bahá'í Os Bahá'is consideram que a humanidade está a chegar à fase de maturidade e que a unificação da família humana e a construção de uma sociedade pacífica e global são necessidades desta etapa. A meta primordial do Bahá'i é o seu crescimento espiritual através da transformação pessoal e social. Para eles, esta transformação consiste no desenvolvimento das capacidades latentes da pessoa e no seu contexto social. O Bahá'i procura ser fonte de bem social para os seus congéneres. Reconhece no seu próximo a pessoa cujas necessidades deve colocar antes das suas próprias. Entende que o amor ao próximo se concretiza no serviço incondicional à causa da humanidade. Os Bahá'ís fazem da unidade, da justiça e do amor, a base das suas preocupações diárias. Para os membros desta religião, cada pessoa tem uma visão particular da realidade. Daí que, para determinar a verdade numa dada situação, utilize habitualmente o método participativo e não confrontativo de tomada de decisões, método que conhecem como "consulta". Os Bahá'ís acreditam que a paz, a segurança e o bem--estar da humanidade só serão alcançáveis quando a unidade, ou seja, a "cidadania mundial", for firmemente estabelecida. Rejeitam qualquer tentativa de uniformidade e promovem o conceito de "unidade na diversidade". Assim, defendem a unidade da humanidade, a investigação independente da verdade, a base comum de todas as religiões, a harmonia entre a ciência e a religião, a igualdade dos direitos entre homem e mulher, a eliminação de preconceitos, a educação obrigatória universal e a paz universal. A Comunidade Bahá'í em Portugal A origem da Comunidade Bahá'í de Portugal remonta ao ano 1926, com a visita de dois crentes Bahá'is, que foram entrevistados para os jornais "Diário de Notícias" e "Diário de Lisboa" e proferiram conferencias no clube rotário e ofereceram livros à Biblioteca Nacional e Universidade Politécnica. Em 1946 foi formado em Lisboa a primeira estrutura Bahá'í portuguesa. Em 1962 foi formado o órgão de governo da Comunidade Bahá'í de Portugal. Durante o regime anterior ao 25 de Abril de 1974 a Comunidade Bahá'í foi submetida a vigilância policial, limitação de reuniões e proibição de actividades públicas. Esta situação mudou com a proclamação da lei de liberdade religiosa em 1975, altura em que a comunidade foi reconhecida legalmente e inscrita como pessoa religiosa colectiva. Desde então a Comunidade Bahá'í experimentou um grande crescimento no nosso país. Actualmente, vários milhares de Bahá'ís residem em mais de 150 localidades do continente, Açores e Madeira. Existem assembleias espirituais locais numa centena de cidades, incluindo quase todas as capitais de distrito. Para expressar as suas ideias e fomentar o estudo dos ensinamentos Bahá'i, a comunidade promove conferências e seminários com regularidade nos seus institutos. Existem ainda escolas de Verão e Inverno e vários cursos onde se estudam os ensinamentos Bahá'í em torno de temas como a educação, a família, a paz, a abolição de preconceitos, a promoção da condição das mulheres, entre outros. Consciência Social Bahá'í Para além do seu carácter confessional, a Comunidade Bahá'í iniciou no ano lectivo 1999/2000 aulas no ensino público, após autorização do Ministério da Educação. A comunidade participa ainda com programas próprios na série "A Fé dos Homens", emitida na RTP2. O trabalho social da comunidade concentra-se em seis áreas diferentes: a defesa dos direitos humanos, a promoção da condição da mulher, o desenvolvimento social e económico, a educação de valores, o meio ambiente e o apoio às iniciativas da Organização das Nações Unidas e dos seus organismos. As principais actividades incluem campanhas de sensibilização das populações, colóquios, publicações, cursos de formação, conferências públicas e aulas de educação moral. Grande parte destas preocupações têm o seu reflexo nas obras publicadas pela editora da Comunidade Bahá'í. Com mais de 200 títulos, a bibliografia da religião pode ser classificada em cinco blocos temáticos; escrituras sagradas, obras teológicas, históricas, infantis e de interesse social. Entre as publicações de temática social figuram títulos dedicados à tolerância, à pobreza, à família, à velhice, às populações indígenas, à natureza e à ecologia, ao desenvolvimento da pessoa, à cidadania mundial, à reforma da Organização das Nações Unidas e ao desenvolvimento social. A Comunidade Bahá'í de Portugal concretiza a sua participação no campo do desenvolvimento através do apoio que presta, proporcionando recursos humanos e económicos a alguns dos mais 1.500 projectos geridos por comunidades Bahá'ís nos países mais desfavorecidos, nomeadamente nos PALOP. Em 1993, fez parte da plataforma portuguesa na Conferência Mundial sobre Direitos Humanos (Viena). Participou também nas últimas Conferências Mundiais organizadas pelas Nações Unidas - Desenvolvimento Social (Copenhaga), Mulher (Pequim) e Habitat II (Istambul). A comunidade esteve presente de uma forma bastante participativa e abrangente na exposição Mundial EXPO'98. Um amplo elenco de actividades deu a conhecer aos cerca de 10 milhões de visitantes a origem, os princípios, as actividades e as contribuições dos Bahá'ís para o estabelecimento de uma nova ordem mundial. Ao longo destes 148 anos várias foram as personalidades que se expressaram publicamente reconhecendo a fé Bahá'í e o trabalho dos seus crentes. Léon Tolstoi, Hellen Keller e Rainha Maria da Roménia foram algumas delas. Esta última afirmou que "A Fé Bahá'í aceita todos os grandes profetas do passado e não destrói nenhuma crença; deixa todas as portas abertas (...). É a mensagem de Cristo renovada, mas adaptada à nossa época". Não nos cabe a nós, nem é nossa intenção, fazer juízos de valores. Todas as ideias que visam o crescimento positivo da nossa sociedade e a evolução harmoniosa de cada ser humano são importantes mas, o mais importante é que cada um cresça segundo o seu caminho. No nosso caminho, está apenas a vontade de divulgar "ideias para mudar"!
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